Começamos a funcionar em 1993, no mês de maio, a época
mais fria do ano, em Itaipava - Petrópolis. Foi um sucesso, pois
havia uma demanda reprimida de conhecimento técnico
especializado nesta área.
E ainda, o departamento de projetos nos permitiu a atender,
com muito know how, a clientes interessados além de lareiras
e aquecimento ambiental, projetos de cozinhas rústicas,
edículas para churrasqueiras, saunas e itens congêneres.
Hoje estamos presentes em 3 pontos, Casashopping (Rio),
Itaipava (Petrópolis) e Alameda Gabriel Monteiro (SP) e
atendendo aos maiores escritórios de arquitetura do país
ESTA HISTÓRIA COMEÇA NUMA NOITE GELADA DE INVERNO, EM BUDAPEST, HUNGRIA, NO QUINTO ANDAR DE
UM PRÉDIO À BEIRA DO RIO DANÚBIO, NA DÉCADA DE 1950 ...
Como em todo inverno, o vento gelado vindo do polo norte, varria o leito do rio Danúbio. Nesta época do ano, a
superfície do rio estava congelada, de tal forma que era possível atravessar de uma margem à outra, a pé, ou de patins, se
a pessoa soubesse bem patinar.
Nós morávamos na beira do rio Danúbio, rio que corta a capital Budapest, e a nossa janela dava para o rio. ( Veja na foto
em anexo). Apesar de as janelas dos apartamentos serem de vidros duplos, o vento gelado teimava em entrar pelas
frestas. Tínhamos que pendurar tapetes grossos e cobertores na parede na altura das janelas, para evitar esta corrente de
ar. Cada quarto tinha uma lareira, que está claro, tinha que estar acesa, para o ambiente ficar habitável, já que lá fora a
temperatura era abaixo dos 20° negativos. O combustível era carvão de pedra, hulha, que tinha que ser encomendada
com antecedência e adquirida em grande quantidade no outono, para armazenar para o inverno. A quantidade era tanta
que a entrega era feita com carroças puxadas a cavalos, e que quando chegavam, tinham que ser armazenadas no porão
do prédio, a dois andares abaixo do nível da rua. Cada apartamento tinha um espaço reservado no porão para este fim,
espaço este que durante a guerra, servia para abrigo antiaéreo
Portanto nasceu aí o vínculo com a lareira e o conforto ambiental. Não imaginávamos passar sequer um dia sem o calor
que ela nos dava.
Anos depois a família emigrou do país, por motivos políticos e viemos parar no Brasil, pais que nos recebeu de braços
abertos. A família se fixou no Rio de Janeiro, e logo acostumamos com o clima ameno daqui.
Porém no calor dos verões, como todos os cariocas, buscamos refúgio no clima da região serrana, que além de tudo nos
encantava pela exuberância da natureza que contrastava muito com a nossa terra natal.
Havia um porém: a nossa casa na Serra, onde fugíamos do calor Rio de Janeiro, tinha uma lareira que ao tentarmos
acender, enchia a sala de fumaça, ou seja, a lareira não funcionava direito. Ainda bem que o frio era bem menos intenso
que lá em Budapest.
Com o passar do tempo, na convivência diária com os outros moradores da região, verificamos que quase todo mundo que
tinha lareira em casa, sofria do mesmo problema: as lareiras eram decorativas, mas pouco funcionais. Porém a lareira
comandava a decoração das salas, com muitos acessórios e o clima rústico.
Neste interim, com 20 anos de Brasil, eu tinha me formado arquiteto, e resolvi tentar dar um jeito na nossa lareira,
utilizando os meios disponíveis. Um dos meus livros da faculdade, o famoso Neufert (quem for arquiteto ou engenheiro,
deve lembrar deste nome) tinha projeto de lareira, com o dimensionamento necessário para “ puxar bem” a fumaça.
Apliquei a formula, e deu certo. Funcionou. Pude ter assim certeza que poderia fazer as lareiras decorativas, funcionarem.
De fato, havia uma regra que ligava o tamanho da boca da lareira, com a bitola da chaminé e a altura da chaminé em
relação ao telhado e a vizinhança, assim como determinava alguns ângulos internos da mesa de fumaça, e respeitadas
estas medidas, a lareira funcionava.
Partindo desta premissa, ajudei algumas lareiras da vizinhança, a funcionar satisfatoriamente aplicando as proporções do
livro. Ora aumentando a altura das chaminés, ora corrigindo as dimensões das bocas, ora mexendo nos ângulos internos
nos elementos componentes do sifão. Este foi o primeiro passo para fazer a Chauffage existir e justificava a presença de
um arquiteto para atender os clientes. Aliás o nome Chauffage significa calefação em francês.
Se considerarmos que as lareiras nas casas da serra em sua maioria eram ornamentais, podemos afirmar que a presença da
lareira era a justificativa para a decoração dos ambientes com temática rústica ideal para casas de campo. Portanto essa
foi a semente da Chauffage: entender de lareiras e vender apetrechos.
Assim a Chauffage abriu, deste ponto de partida com a razão social Chauffage Tecnologia em Aquecimento de Interiores.
O leque de produtos da loja recém-aberta foi se ampliando para atender a demanda dos clientes, e pudemos diversificar.
Se tínhamos lareiras, os clientes queriam além de acessórios para lareiras, churrasqueiras e fornos de pizza com
respectivos acessórios. Se aquecíamos as casas, os clientes buscavam aquecedores de ambiente, oferecíamos piso
aquecido. Se a meta era conforto, os clientes adoravam toalheiros térmicos. Se vendíamos lareiras, precisávamos vender
lenha. Assim também chegamos nas saunas, que demanda um conhecimento à parte.
Gabor Geszti
Petrópolis, junho de 2024
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